gratidão
Tucano em Tiradentes – MG

Mal uso meu facebook pessoal. Quando estou online é por um motivo só: o Viva Viena!. Também não sou de falar minhas insatisfações por aí, mas tenho visto tanta coisa ultimamente… Vi pessoas querendo algo verdadeiro sem oferecer sentimento sincero, vi pessoas pedirem honestidade, revoltados contra a corrupção e também vi contradição ao colocarem imagens do candidato com o número do adversário. Pera lá, você clama por honestidade e tenta enganar outra pessoa? Não consigo entender isso e sou grata por não entender. Ainda nas eleições, vi nordestinos serem xingados, como se fossem responsáveis por tudo de ruim que acontece no Brasil.

httpv://www.youtube.com/watch?v=0rBCKrgO3vg

O que mais me marcou ao ver o vídeo acima foi o seguinte comentário: „Bem que o Ebola podia chegar logo no Nordeste. Assim o Brasil estaria livre dessa merda“. É de chorar ao se deparar com uma coisa dessas. Leio os comentários. Respostas preconceituosas em um vídeo contra o preconceito. É de chorar e perder a fé na humanidade. Eu me pergunto – com mais frequência do que gostaria – em que ponto saímos do eixo. O caminho do bem é para frente. Onde estava a curva que muitas pessoas fizeram? Perdi. Sou grata por tê-la perdido. Como alguém consegue gastar energia para puxar o tapete do outro se essa mesma energia pode ser utilizada em algo na própria vida ou fazendo o bem para o próximo? Não sei. Sou grata por não saber. Grata pelo blog, pelos leitores, seus comentários e e-mails gentis. Grata pelo trabalho voluntário. Grata por sempre tentar ajudar outras pessoas sem esperar nada em troca (além de um „obrigado“).

Falar sobre gratidão me lembra uma história: uma família foi assaltada por dois rapazes armados. Perderam o menos imporante: carro e outros bens materiais. Depois do susto, essa família se reuniu e agradeceu a Deus por estarem vivos. Rezaram não pela própria segurança e sim, para que Deus iluminasse o coração e mostrasse o caminho certo para esses rapazes. Rezaram, portanto, para o bem de todos. Essa família é a minha. Jamais me esqueço o quanto sou grata pela minha família e pela educação que recebi.

Quando tudo estava cinza com tantas notícias ruins pelo mundo, leio este texto da Revista Vida Simples, escrito por Eugenio Mussak: “Por que ser grato?”

“Foi em uma conversa com ele que eu comecei a entender uma diferença sutil, mas fundamental, entre agradecimento e gratidão. Agradecer é um ato, tem a ver com educação, reconhecimento e justiça. Gratidão é um sentimento, é algo que se carrega no peito, que pertence à pessoa como um valor, uma filosofia de vida. Um agradecimento sincero eleva a qualidade das relações entre as pessoas. Gratidão faz mais que isso. Eleva a qualidade humana de quem a tem”.

Pelo carinho diário e companheirismo em todos os momentos, sou grata ao meu Schatz. Pelo apoio e estímulo constante; por mostrarem sempre quanto orgulho eles têm de mim, sou grata aos sogros e cunhados.

Grata ao Eugenio Mussak por trazer de volta este sentimento em mim, no momento exato em que ele quase se deixou ofuscar pelas mazelas do mundo.

E tenho tantas outras pessoas e outros momentos… Gratidão.