E-mail da imperatriz Sissi* com dificuldade de adaptação
O que eu tenho a dizer
Este é o primeiro e-mail que recebo falando sobre dificuldade de adaptação. Quero começar dizendo que apesar da maioria das pessoas que se mudam – seja de um estado para o outro dentro do Brasil ou para o exterior – passarem por esse problema, não significa que você também vá passar. Essa categoria do blog nasceu porque acho muito importante mostrar as inseguranças que um expatriado sofre para todos que vão se mudar (ou já se mudaram) saberem que essa fase de insegurança e tristeza é normal. Para quem já embarcou nessa aventura de morar fora e está passando por essa dificuldade, digo e repito: você não está sozinho(a)!
O que eu achei muito lindo no e-mail é que a imperatriz mandou as dúvidas e as soluções. Nós realmente passamos por um turbilhão de sentimentos – principalmente no primeiro ano no exterior. No fundo, sabemos – ou queremos acreditar – que toda essa experiência será boa e trará um crescimento pessoal enorme. E é correto pensar assim! O problema é que antes de se mudar a gente se esquece de pensar na dor que é morar longe de tudo aquilo que forma o que conhecemos e chamamos de lar. Um mecanismo de defesa, talvez? É mais fácil não pensar que veremos nossa família e amigos somente uma vez por ano, perderemos aniversários, casamentos, nascimentos, alguns grandes amigos podem se tornar apenas conhecidos… Com certeza não é fácil lidar com esse pensamento, mesmo sabendo que será a realidade. Por pior que seja imaginar essas coisas, evitar pensar nos pontos negativos de morar fora do Brasil nos deixa despreparados para a difícil fase de adaptação.
Proponho a vocês um desafio diário: pegue toda saudade, tudo o que te conecta ao Brasil e guarde em uma gaveta interna. Tudo bem abrir essa gaveta de vez em quando. Aliás, às vezes ela até se abre sozinha só para apertar nosso coração, mas sempre se lembre que, como a leitora falou, sua vida agora é onde você está! Junte sua força e aproveite ao máximo a oportunidade que você está vivenciando. Pode ser uma chance única de se reencontrar em outra profissão, aprender uma nova língua ou ver televisão o dia inteiro. Isso mesmo: se assistir TV o dia inteiro te faz feliz e você pode fazer isso, e daí? Vá fundo e não gaste um pensamento sequer com o que o outro vai pensar sobre você. Sempre vai ter gente para falar “no seu lugar, eu faria diferente”. E adivinhe só? Quem está no seu lugar é você! Pode ouvir as opiniões, claro, e depois tome uma decisão. Se estiver difícil tomar decisão a longo prazo, tome uma decisão por hoje apenas. Se parar para pensar, um ano nada mais é do que 365 decisões tomadas “apenas por hoje”!
*Trocarei o nome de todas as pessoas que enviarem e-mail assim como todos os pontos que podem fazer alguém te identificar. As mulheres serão Sissi e os homens serão Franz. Aqui, todos vocês são imperadores!
Também quer desabafar e de quebra ajudar outras pessoas? Mande um e-mail para [email protected]
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2 Comments
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Ai, que lindo. Adorei!
No início que eu me mudei, eu chorava do nada, ficava triste do nada. Vc se lembra quando eu te contava, né? É uma sensação muito diferente.
A ideia é se apegar ao novo país e tentar, ao máximo, se adaptar.
O primeiro ano já ouvi que é doloroso mesmo, mas, para mim, a agonia durou pouco. Muito legal esse canto pro pessoal desabafar e vc dar sua opinião and ajudinha.
Adorei!
Boa sorte pra Sissi!
Muita gente que se muda passa por essa fase de chorar do nada. É super normal!
Que bom saber o quanto você gostou desse cantinho do desabafo. 😀
Beijocas!!